Fonte: Carro online
Antes de explicar o que o Brio faz nessas páginas, você precisa entender a ligação entre ele e outro modelo da marca, o City. Desde julho, a Honda começou a importar para o Brasil algumas unidades do City fabricadas em sua planta na cidade de Campana, na Argentina. Esse fato é um tanto insólito. Afinal, o sedã é produzido no Brasil, na fábrica de
Sumaré (SP). Isso marca o início do processo de reestruturação da estratégia do fabricante japonês por aqui.
Aos poucos, a partir de 2013, o lugar destinado ao três-volumes na linha de montagem nacional dará espaço para a chegada do Honda Brio, compacto da marca que já é produzido na Índia e vendido a partir de 409.000 rúpias indianas (R$ 14 887). No Brasil, ele será o chamado "carro de volume" da companhia. Com isso, ela conseguirá melhorar a produção no país, diminuindo a capacidade ociosa da instalação.
Vale ressaltar que por aqui o Brio deve se valer da imagem de sofisticação da Honda e cobrar algo em torno de R$ 33.000 na versão básica. Ele viria com direção elétrica e airbag duplo de série. Na Índia, dispõe de motor 1.2 16V de 89 cv e não conta com opção de câmbio automático.
Depois dessas descobertas, fomos até o país das vacas sagradas e dos elefantes de estimação para saber como anda o simpático Brio. A marca japonesa convocou seus engenheiros para criarem "um carro vencedor". O Brio tem um visual futurista que vai se destacar em um estacionamento. As linhas são jovens e a postura é um tanto agressiva e esportiva, bem atraente. Mesmo assim, você leva um tempo até entendê-lo. Por que as lanternas cristalizadas? Por que a tampa traseira de vidro? Bem, as lanternas podem até sobreviver no modelo brasileiro, mas a tampa do porta-malas dificilmente estará no modelo produzido aqui.
O vinco bem marcante na lateral em um carro tão pequeno também causa estranheza. Mas a entrada de ar dianteira larga, o capô elevado e a barra cromada na grade já dão ares mais, digamos, "Honda" ao pequenino Brio que, de tão compacto, um VW Gol vai parecer um hatch médio ao lado dele.
O Brio tem apenas 3,61 de comprimento, contra 3,89 m do VW. O entre-eixos do Gol também é bem maior, com 2,46 m ante 2,34 m. Por outro lado, o Brio é mais largo, com 1,68 m, 3 cm a mais que o líder de vendas nacional. A primeira impressão que você tem ao entrar no Brio é de que seria impossível haver tanto espaço em um carro tão pequeno. Sentado ao volante, o grande para-brisa realça a sensação de espaço, potencializada pelo interior claro da unidade indiana avaliada.
Mesmo contando apenas com a regulagem de altura do volante e não do assento, sobram elogios à acomodação. Quem mede 1,80 m pode regular o banco para dirigir e ir ao assento traseiro para se surpreender. Há bom espaço para as pernas e para a cabeça. Incrível!
E como a Honda conseguiu tanto em uma área tão minúscula? A tática é chamada, groso modo, de "delgalização" dos componentes. Tudo é projetado e produzido para caber no menor espaço possível. Você abre o capô e vê o motor esmagado dentro do cofre, o painel é o mais curto possível e os componentes plásticos são bem juntos das partes de metal. Mesmo assim, não foi possível ter um porta-malas decente. Ele só acomoda 170 litros.
O painel é incomum e pode não agradar a todos os gostos. Mas se difere pouco do que você vê no Fit. O que realmente impressiona neste Honda Brio é que, ao contrário do que pode aparentar, ele não esbanja pobreza nos componentes, como o seu conterrâneo Toyota Etios, que também chega ao Brasil em breve.