Fonte: Carro online
Ele quer encarar a briga com os sedãs alemães premium, do VW Jetta Turbo ao MB Classe C
Sucesso. Essa é a palavra que quase virou o sobrenome do Fusion no Brasil. Pioneiro em uma nova proposta de sedã médio-grande a preço de médio top de linha, ele descobriu, em 2006, uma demanda reprimida daqueles que não queriam "só" um Corolla, mas achavam um Mercedes-Benz Classe C "muita coisa". Em 2007, primeiro ano "cheio" de vendas do carro, a média de 951 unidades comercializadas por mês o colocou em 4º lugar entre os sedãs médios. A segunda geração chegou em 2009 e em 2010 repetiu o sucesso com 910 unidades de média mensal.
A chegada de novos modelos, como VW Jetta Highline, Hyundai Sonata, Kia Optima e as versões mais baratas da geração antiga do BMW Série 3 e Mercedes-Benz Classe C, causaram uma ligeira queda de vendas em 2011, ficando em 798 carros por mês. Mas nada que ofuscasse a sua bem-sucedida carreira.
Agora, a Ford transformou a concepção do carro: ele passou de um sedã tipicamente americano para um veículo mais versátil, de melhor dirigibilidade. Não é à toa que o mesmo carro debutará na Europa, com o nome de Mondeo, para continuar a ofensiva de crescimento da marca por lá.
O "nosso" Fusion, como sempre, virá do México, mas agora cheio de novidades. A começar pelos motores, a marca prepara duas surpresas para o mercado daqui. A versão SE, que será a mais barata, contará com o mesmo motor 2.5 do modelo 2012, só que flex. Segundo informações extraoficiais, a potência deve ficar em torno de 190 cv, e a versão com câmbio automático e bancos de couro de série custará em torno de R$ 83.000.
A top de linha Titanium não terá o motor 3.0 V6 sob o capô. A Ford fará a estreia de sua linha Ecoboost em terras tupiniquins com o 2.0 turbo, capaz de gerar 240 cv! O preço dessa versão não deve ficar por menos de R$ 95.000.
Quanto ao design, esqueça a grande distância entre a caixa de rodas e o fim do capô, que exigia cuidado para não raspar o para-choques em qualquer valeta. Ele cresceu só 3 cm no comprimento, mas ganhou bons 12 cm na distância entre-eixos e mais 2 cm na largura. Além das medidas, seu desenho mostra que se trata de outro carro. Nos detalhes, a Ford abusou de novos elementos. Na dianteira ousou bastante em fazê-lo lembrar os Aston Martin, marca que já foi controlada pela Ford e cujos carros são reconhecidos à distância pela imensa grade frontal. Os largos frisos cromados das duas gerações anteriores ficaram mesmo no passado para o Fusion. Hoje ele desfila filetes cromados bem mais finos. Os faróis têm clara inspiração no Ford Taurus, sedã grande da marca nos Estados Unidos. Mas também é possível encontrar semelhanças com a nova tendência de design da Jaguar, outra que já esteve sob o chapéu da Ford.
Na traseira a visão europeia de desenho prevaleceu e a Ford seguiu o desenho da geração anterior do Mondeo, com peças horizontais, em vez do formato arredondado e vertical do Fusion 2012. Seguindo uma tendência de sucesso entre os coreanos, optouse também por frisos salientes nas laterais e no capô. Mas o refinamento externo culminou em uma ausência: cadê a senha na porta? Pois é, a Ford reconheceu que o modelo não precisa mais disso, economizou e colocou um botão "start-stop" na ignição - esse sistema que desliga o carro quando parado só está disponível para o modelo 1.6 Ecoboost, que não virá. Por dentro, seus bancos de couro são bem confortáveis e mais sofisticados que os do antecessor, e o painel de instrumentos mistura elementos digitais e analógicos. O sistema SYNC está lá no meio do console central, bem na altura em que suas mãos pegam o volante. Essa nova geração evoluiu esse quesito: acioná-lo é tão eficaz quanto discar em um smartphone de monitor tátil.
A maior distância entre-eixos deu espaço de sobra para quem viaja atrás, principalmente para as pernas. Contudo, os mais altos ainda sofrem com o espaço para a cabeça, como sofriam no anterior. A visibilidade traseira, em virtude da terceira coluna larga e bem inclinada também piorou, mas nesse caso a culpa é dividida com a traseira mais alta. Seu porta-malas perdeu espaço considerável para um sedã. Caiu dos habituais 530 litros para 453 litros. A avaliação dinâmica feita pela revista mexicana Automovíl, do Grupo Motorpress, foi com o modelo Titanium 2.0 Ecoboost, uma unidade pré-série que veio com as rodas de 19", opcionais exclusivos do modelo top de linha. A conclusão é de que, a exemplo do que o Fusion faz com os olhos, o conjunto do motor 2.0 turbo e câmbio de 6 marchas faz com o coração. Ele é bem mais vigoroso que o motor 3.0 V6, de 243 cv.
O torque de 34,7 mkgf ajuda a afirmar o novo compromisso com mais emoção ao volante. Deve acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 8s e tem no acerto da suspensão sua principal vantagem com relação ao antigo Fusion. A tendência de sair de frente diminuiu bastante. O consumo médio deve ficar na casa dos 14,5 km/l, segundo a revista mexicana. A Ford não confirma os valores, nem do carro nem da manutenção, que só devem ser revelados na primeira quinzena de outubro. Os preços mostrados aqui foram obtidos em revendedores Ford de São Paulo.
AO VOLANTE
DESEMPENHO A versão 2.0 Ecoboost é muito divertida. Ainda mais se você comparar com o antigo V6. São nada menos do que 34,7 mkgf de torque a postos a meras 3.000 rpm, isso aliado a um câmbio de 6 marchas bem esperto. Deve acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 8s e chegar a 240 km/h.
SUSPENSÃO Continua combinando conforto e dinâmica. Ainda sai um pouco de frente, mas menos do que o antecessor. A direção também ficou mais rápida.
FORD FUSION 2013
BOM
+ Espaço interno que já era bom, ficou ainda melhor nesta geração.
+ Motor 2.0 Ecoboost dá um show de eficiência, do desempenho ao consumo.
+ Versão mais barata terá motor 2.5 flex, uma vitória do consumidor.
+ Direção elétrica e sistema SYNC estão mais avançados que no antecessor.
RUIM
- Espaço interno melhorou, mas cabeça dos mais altos ainda sofre no banco de trás.
- Principal inovação, o motor 1.6 Ecoboost não deve ser vendido no Brasil.
- Porta-malas diminuiu muito de tamanho: de 530 litros para 453 litros.
- Apesar dos avanços tecnológicos, ficou mais pesado que o modelo 2012.
SEU BOLSO
Preço (estimado-top): R$ 95.000
Taxa de financiamento: 1,3%
Parcela mensal: R$ 1 685
(50% entrada + 36 vezes)
Emplacamento: R$ 1.170
(Primeira documentação, sem IPVA)
Seguro (estimado): R$ 3.250
IPVA (4% - estimado): R$ 3.800
Garantia: 3 anos
1ª revisão (estimada): R$ 300
2ª revisão (estimada): R$ 420
3ª revisão (estimada): R$ 500
Gastos iniciais: R$ 55.720
(Doc. + entrada + 1ª parcela + seguro)
Desv. (estimada 1º ano): 11%
Desv. (estimada 2º ano): 8%
FOI A FORD QUE CRIOU a receita compartilhada pelas marcas que atuam neste segmento. Portanto, não é de se espantar que o novo Fusion tenha ficado tão bom. Se você gosta do Jetta pelo motor de 200 cv e pelo excelente torque do motor turbo, o novo Fusion Titanium também tem. Quem gosta do Hyundai Sonata pelo desenho instigante ou do Kia Optima pelo excelente espaço interno e ar futurista, não reclamará deste Ford. Além disso, ele terá uma opção flex, coisa de sedãs menores e algo que, aqui entre nós, faz bastante diferença no seu poder de escolha. Os preços, segundo alguns revendedores, não sairão muito da faixa que gira entre R$ 80.000 e R$ 100.000 e as revisões deverão manter o padrão que o dono de um Fusion 2011/2012 encontra nas concessionárias. Então é isso: a partir de outubro você vai ter mais carro, do desenho ao interior; da dinâmica ao acabamento refinado, e, ao que tudo indica, gastará a mesma coisa. Se houvesse tal cotação, mereceria seis estrelas.