Teste: Yamaha MT-07 ABS 2019 é paixão em sua forma bruta.
Naked com motor de 689 cm³ e 75 cv anda forte, é fácil de pilotar, leve e confortável, mas deve controle de tração e modo de pilotagem
A Yamaha MT-07 ABS deixou saudades,. Mas, calma. Eu não estou dizendo que a moto saiu de linha, ao contrário. Ela deixou saudades por trazer um conjunto muito acertado. E a nova linha da naked, apresentada no final do ano passado, está ainda melhor do que quando chegou ao Brasil, em 2015.
A segunda geração da 700 está com visual renovado, farol mais largo e carenagens laterais com avantajadas entradas de ar. A naked é vendida em três combinações de cores: Racing Blue (azul metálico), Matt Gray Fluo (cinza metálico fosco) e Matt Black (preto fosco) por R$ 33.790.
O visual agressivo impressiona e engana ao mesmo tempo. A moto parece menor do que é, tudo por conta das proporções enxutas, do esguio motor bicilíndrico e do baixo peso de 183 quilos.
Além da aparência renovada, a geração atual da MT-07 ganhou um novo e confortável assento para o piloto, mais largo atrás e mais fino na frente, onde as pernas envolvem o tanque, que também permite ótimo encaixe das pernas. A boa posição de pilotagem se vale do guidão elevado e das pedaleiras recuadas, mas o bem estar se restringe ao condutor, uma vez que o elevado assento para o garupa é desconfortável e fininho. Eu, que tenho 1,62 metro de altura, fiquei muito bem encaixado na moto.
A revisada suspensão é firme, mas não abre mão do conforto. Desde que você não encontre uma cratera pelo caminho, afinal, o lance da MT-07 é o asfalto. O conjunto tem garfo telescópico com canelas de 41 mm de diâmetro na dianteira e balança monoamortecida com 130 mm de curso (com ajuste de retorno) na traseira. O resultado é um acerto geral polivalente, capaz de copiar bem as imperfeições do asfalto.
O competente conjunto de freios ABS conta com a ajuda da leveza do ser para estancar a moto, e é servido por disco duplo de 282 mm na dianteira e disco simples de 245 mm na traseira.
Com ótimo desempenho, a naked arranca forte e de imediato. Basta triscar no acelerador e soltar a embreagem. O mérito é do vigoroso motor bicilíndrico de 689 cm³ com dois comandos e oito válvulas no cabeçote, arrefecido a líquido e com injeção eletrônica que gera 75 cv a 9.000 rpm e 6,9 kgfm a 6.500 rpm.
O propulsor traz a tecnologia crossplane que faz com que cada cilindro trabalhe a 270° e detone individualmente, cada um a seu tempo. É o mesmo sistema utilizado na superesportiva R1, e que favorece maior torque em todas as rotações. A transmissão final por corrente está associada ao câmbio de seis marchas.
O ímpeto por subir as acelerações rapidamente, combinado com a ótima ciclística proporcionada pela curta distância entre-eixos de 1,4 metro, pelo comprimento de 2,20 metros, e pela estreita largura de 74,8 cm facilita o deslocamento na cidade. É fácil passar nos corredores e mudar de direção graças, também, ao bom esterço de guidão. Para condutores baixinhos, a boa notícia é que o banco fica a apenas 80,5 cm de distância em relação ao solo.
Em meu teste, a média alcançada em trecho urbano e rodoviário foi a de 21,2 km/l. Como o tanque leva 14 litros de gasolina, a autonomia aferida foi de 297 quilômetros. Média que varia de acordo com o estilo da pilotagem, é claro. Por falar em rodovia, a única característica que desagrada na pilotagem nesta hora é a resistência aerodinâmica que o piloto enfrenta a velocidades acima de 100 km/h. A MT-07 dispensa proteções.
O painel digital de fácil leitura tem hodômetro grande, mostrador de consumo instantâneo e dos giros, indicador de marcha e de relógio. Se a tocada for mansa, a informação ECO aparece na tela indicando que a motocicleta está rodando em seu modo mais econômico. Mas, já adianto que essa é uma tarefa árdua de ser cumprida. A naked instiga você a girar a manopla direita com vontade.
Contudo, a MT-07 poderia contar com controle de tração e seletor de modos de pilotagem. Os recursos ajudam a enfrentar pisos escorregadios e a buscar toda a performance disponível graças aos diferentes ajustes.
Seu conjunto é primoroso e de tão fácil de pilotar você às vezes até acha que está ao comando de uma moto menor. Isso até que o cabo do acelerador seja minimamente torcido. É por causa de todas essas qualidades que eu disse no início que a naked deixou saudades, na minha garagem, quando tive que devolvê-la para a fabricante. Como era com a sua antecessora.
Ficha técnica:Motor: Bicilíndrico, 4 tempos, 8V, DOHC, refrigeração líquida, injeção eletrônica de 689 cm³.Potência: 75 cv a 9.000 rpm.Torque: 6,9 kgfm a 6.500 rpm.Câmbio: Seis marchas.Chassi: Diamante.Suspensão dianteira: Garfo telescópico de 130 mm de diâmetro.Suspensão traseira: Balança monoamortecida com 130 mm de curso.Freio dianteiro: Disco duplo de 282 mm c/ABS.Freio traseiro: Disco simples de 240 mm c/ABS.Rodas: Liga leve de 17" com pneus sem câmera 120/70 na dianteira, e 180/55 na traseira.Entre-eixos: 1.40 m.Altura do assento: 80,5 cm.Peso: 183 kg.Tanque: 14 litros.
Fonte: autoesporte.Por: Alexandre Izo.Data: 10/11/2018 10h21.